Inspirar-Poesia, um segundo sopro

fruindo

Por Sueli Maia (Mai) em 5/12/2012
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naqueles dias precisei desaprender quase tudo


o céu era velho
a voz era gasta
e eram feitos de véspera os tons tardios do meu sol


[quis renascer]


fechei os olhos
respirei lentamente e
[pela fresta dos lábios
foi como se o céu entrasse


eu quis aquela luz


inteira
em mim

Flora

Por Sueli Maia (Mai) em 12/01/2011
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Jasmins africanos
voltaram a florir
Aqui
amarelam retinas
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panapaná

Por Sueli Maia (Mai) em 12/01/2011
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inadvertidas
borboletas pousam
posam, pausam:
asas e instante
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antônimos

Por Sueli Maia (Mai) em 11/26/2011
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Perto ou longe
Próximo ou distante
presente ou ausente
Antônio e Maria
se complementam



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birutas

Por Sueli Maia (Mai) em 8/10/2011
quando o cenho do céu cismou ventania
bambus assuntaram direção
jandaias arquearam vozerio
sanhaços arribaram azuis
mas as flores do ipê pintaram
vento e silêncio
no chão

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matutos

Por Sueli Maia (Mai) em 6/07/2011
In friou
e quando In fria
eu matuto, tu matuta
e nós
aguardente, mel
juntim
p
i
n
g
a
n
d
o

virtuais

Por Sueli Maia (Mai) em 5/04/2011
Há alguns meses tenho estado afastada do mundo nético.
Os poucos contatos virtuais que mantive o fiz por email, ou em pequenos círculos de relacionamento. A despeito da minha ausência recebí, comovida, diversas mensagens de amigos (às quais procurei responder).
Aos poucos venho recuperando a motivação para escrever, e tenho refletido sobre o silêncio, a palavra, reclusão, redes sociais, contatos presenciais, o inesperado, a condição humana, a solidariedade, amizades, afetos e afins...

Paralelamente, o mundo inteiro parece estar em ebulição. O inesperado nos sacode e desconstrói vidas, lugares, histórias, geografias, economias...
Agora, assistimos à notícia (e o espetáculo em torno) da virtual/real morte de Bin Laden. É notório que há pontos obscuros a serem esclarecidos; mas a imprensa noticiou que: o suposto esconderijo de Osama teria sido descoberto pelo fato (suspeito) de naquela mansão não haver telefone, internet e demais parafernálias tecnológicas.
[Ironicamente Bin Laden estava desconectado da vida e do mundo moderno].
Apesar das questões políticas e econômicas ligadas a este tema - pasmem: ao final de 10 anos de caçada, Bin Laden foi encontrado e morto porque não tinha internet, facebook, celular, telefone fixo, cartão de crédito...

Então me ocorreu um paradoxo:

Por não ter internet ou telefone, Bin Laden teria sido, suposta ou virtualmente, morto. Por outro lado há quem defenda que, face às relações digitais, teria havido um reducionismo e superficialismo das relações humanas,  e a consequente morte dos abraços, afetos, memória (pois, que os arquivos online estão sujeitos a serem deletados subitamente, e as pessoas somem quando há pane nas telecomunicações ou num bug qualquer dos sistemas... E ainda precisamos ter backup de tudo em várias mídias...)

Reflexões (e ironias) à parte, o fato é que cá estamos todos nós, percebendo-nos linkados e ligados por laços etéreos, virtuais, néticos; mas, certamente ligados por afetos, pela escrita, por um bem querer qualquer, uma alegria qualquer e um querer estar com...
 
Então, após tudo que aconteceu em Nova Friburgo, em nossas vidas e pelo mundo, estou de volta.
Este talvez seja um segundo sopro, uma sobrevida do "inspirar-poesia", mas é bom estar aqui, e novamente agradeço a todos que vieram, me escreveram, e deixaram mensagens de bom ânimo.
Obrigada!
Brevemente retomarei a escrita, visitas e leituras nos blogs amigos.
 
um grande abraço

cenários

Por Sueli Maia (Mai) em 1/27/2011
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Por hora há pés sobre seixos e brita
Há cortes, há mato, há lama e sobressalto...
Nuvens terracota no ar
Entre cochilos e cochichos - coaxares
Exceto por algumas galochas - flutuam futuros

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